“O amor dobra os meus joelhos”
Penso nessa frase retirada do refrão da música de Lucas Souza Banda. Penso na força lírica, poética e teológica que ela encerra em si. Penso que é possível fazer música sem apelar, num extremo, para clichês vulgares do amor e, num outro, para abismais filosofias e subjetivismos. Penso na simplicidade e mistério do canto sem palavras, na música como som e sopro de sentidos únicos. Penso na letra que precisa dizer algo sem recorrer aos extremismos verborrágicos. Precisa tão somente ser bela, simples e forte. Bela, simples e forte como um poema de Manoel de Barros.
“O amor dobra os meus joelhos” tem beleza, simplicidade e força. É um verso que incita movimento, ação, balanço. Ele nos atropela, nos interfere, nos pede algo. Nos incomoda. Reclama do leitor uma atitude: dobrar os joelhos, levantar as mãos, se agasalhar em Deus. Na minha mente de labirinto, lembro de uma conexão com o verso da canção “Indiferença”, do Oficina G3: “O amor gera atitudes”. E também em “Novo Mandamento”, do Fruto Sagrado: “O que a gente faz fala muito mais do que só falar”. Ligando os pontos, penso que o amor dobra os meus joelhos, gera um agir, me faz calar para poder fazer. O amor é um impulso, um empurrão, um catavento, um rodopio. Não amar é ser pedra parada.
Enquanto os versos do Oficina e do Fruto Sagrado mirava a preocupação com o próximo, o verso de Lucas Souza vislumbra uma relação com Deus, o Amor em si. O amor como a vontade de Deus que nos tira da inércia. De pedra nos faz água que corre, jorra, respinga. Transborda-nos e molha quem está ao redor. O amor dobra meus joelhos, me faz reverente, revela minha dependência, desnuda minha fraqueza. Dobrar os joelhos já é um pedir sem orar. Um pedir de força, cuidado e proteção. Um pedir de filho carente de pai. De homem limitado diante do infinito e do desconhecido. De homem sem palavras convincentes, mas que sabe render-se.
O amor nos pede uma entrega. O despojo da nossa pretensa superioridade. Somos todos fracos. Nossa força é feita de medo e desespero. Dobrar os joelhos é reconhecer que somos pequenos demais diante de qualquer horizonte. Só o amor nos faz parte da paisagem. Eu já pedi à Deus novos joelhos. Joelhos dobráveis. Penso que preciso.
[jb]
“O amor dobra os meus joelhos” tem beleza, simplicidade e força. É um verso que incita movimento, ação, balanço. Ele nos atropela, nos interfere, nos pede algo. Nos incomoda. Reclama do leitor uma atitude: dobrar os joelhos, levantar as mãos, se agasalhar em Deus. Na minha mente de labirinto, lembro de uma conexão com o verso da canção “Indiferença”, do Oficina G3: “O amor gera atitudes”. E também em “Novo Mandamento”, do Fruto Sagrado: “O que a gente faz fala muito mais do que só falar”. Ligando os pontos, penso que o amor dobra os meus joelhos, gera um agir, me faz calar para poder fazer. O amor é um impulso, um empurrão, um catavento, um rodopio. Não amar é ser pedra parada.
Enquanto os versos do Oficina e do Fruto Sagrado mirava a preocupação com o próximo, o verso de Lucas Souza vislumbra uma relação com Deus, o Amor em si. O amor como a vontade de Deus que nos tira da inércia. De pedra nos faz água que corre, jorra, respinga. Transborda-nos e molha quem está ao redor. O amor dobra meus joelhos, me faz reverente, revela minha dependência, desnuda minha fraqueza. Dobrar os joelhos já é um pedir sem orar. Um pedir de força, cuidado e proteção. Um pedir de filho carente de pai. De homem limitado diante do infinito e do desconhecido. De homem sem palavras convincentes, mas que sabe render-se.
O amor nos pede uma entrega. O despojo da nossa pretensa superioridade. Somos todos fracos. Nossa força é feita de medo e desespero. Dobrar os joelhos é reconhecer que somos pequenos demais diante de qualquer horizonte. Só o amor nos faz parte da paisagem. Eu já pedi à Deus novos joelhos. Joelhos dobráveis. Penso que preciso.
[jb]
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