sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Entrevista: Third Day

John DiBiase, do Jesus Freak Hideout, fez recentemente uma entrevista com Tai Anderson, baixista do Third Day. Na conversa, o músico fala sobre o último álbum – Revelation –, os projetos para 2009, as atualidades da música cristã contemporânea e a maturidade do grupo após doze anos de carreira.


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No verão de 2008, a banda de rock de Atlanta Third Day divulgou aquele que pode ser considerado seu melhor trabalho com Revelation - um álbum que faz a banda retornar mais às raízes do rock sulista, com uma originalidade peculiar. Recentemente falei com o baixista Tai Anderson para discutir o álbum, a banda, o próximo projeto ao vivo – Revelation Live – e muito mais.

Jesus Freak Hideout (John DiBiase): Depois do sucesso de Wherever You Are, qual a linha musical que segue o novo álbum Revelation? É realmente o mais cru e de raiz para o Third Day?
Tai Anderson: Wherever You Are ficou muito identificado por todos os nossos fãs e a banda pelos dois radio singles: "Cry Out To Jesus” e " Mountain Of God". Essas canções foram importantes para a nossa carreira, mas definitivamente mostraram nosso lado mais maduro. Depois de experimentar essas canções e fazer o registro de alguns anos, nós estávamos prontos para balançar as coisas um pouco. Colocando em Cronology alguns registros logo após Wherever You Are a banda tinha realmente sentido como precisávamos reapresentar o grupo para o mundo. Internamente, certo ou errado, nós sentimos que se Revelation não levantasse algumas sobrancelhas e surpreendesse as pessoas um pouco mais, nós tínhamos uma boa chance de se tornar irrelevantes como banda. Eu gosto de dizer quando estamos trabalhando na música que "é preciso reunir as pessoas onde elas estão, mas temos de levá-las em algum lugar". Se você der aos fãs apenas o que eles pedem, eles ficarão ressentidos por isso. Revelation foi nossa tentativa de fazer isso.

JFH: Como Lacey Mosley do Flyleaf veio a participar do Revelation? Parece pouco provável uma parceria com o Third Day, mas a voz dela ficou maravilhosa com Mac [Powell] em "Born Again"...
Tai: Isso veio totalmente do nosso produtor, Howard Benson. Éramos todos muito familiarizados com o Flyleaf. Mas, quando estávamos fazendo nossa primeira pré-produção com Howard, ele tocou uma parte de "All Around Me" para nós. Eu fui levado para longe. Ouvi a música como louvor que descrevia um encontro com Deus de uma forma muito singular, pessoal e possível. Era muito diferente de tantos clichês de adoração que ouvi na rádio ao longo dos anos. Quando fomos gravar "Born Again", pensamos que poderia funcionar muito bem como um dueto. Howard sugeriu Lacey, daí todos nós entramos no jogo. Muito da música do Flyleaf é tão agressivo. Penso que nossa música direcionou grandemente para o seu lado mais tranqüilo. Lacey é realmente uma boa cantora, e eu acho que fiquei invisível nas faixas que ela cantou com a gente. Ah sim, ela foi a principal a cantar em “Born Again" – e ainda tivemos “Run to You" como bônus! Por ela, eu tenho que deixar sua resposta. Mas, ela compartilhou conosco o que nossa música tinha feito na vida dela quando ela era uma adolescente, o que foi muito inspirador para nós, como afirmação de que estávamos na direção certa com nosso trabalho.

JFH: Quanto do impacto do produtor Howard Benson tem sobre o álbum Revelation? Como foi o processo de fazer este disco diferente dos anteriores?
Tai: Você sabe, nós ainda escrevemos as músicas. Mas não posso salientar satisfatoriamente o importante papel que ele desempenhou. A principal contribuição foi pela triagem muito eficiente entre 40 canções que tínhamos compilado. Podemos ser politicamente corretos quando se trata de selecionar músicas. Howard não era como um cão de guarda. Então, ele ficava muito mais que feliz quando era para informar, com absoluta certeza, sobre músicas e canções que definitivamente não deveriam ser gravadas. Assim, fomos capazes de concentrar nossos esforços sobre o melhor material desde o começo.

JFH: O que inspirou a arte do álbum Revelation?
Tai: Fizemos o vídeo de "Consuming Fire" em Salton Sea, no sul da Califórnia. No ano passado, vimos um documentário sobre a área que apresentou Salvation Mountain ou Trash Mountain. Havia simplesmente uma coisa louca e linda sobre aquele lixo e alguma coisa bonita por fora daquilo. Algo do tipo assustador, mas também atraente sobre um homem, capaz de empenhar a vida na construção de algo como isso. Acho que um monte de gente escuta a mensagem da nossa música, e sinto da mesma maneira. Nós gastamos muito tempo na Califórnia para fazer as gravações e, logo após, quando chegou a hora de fazer uma apresentação, estávamos na Califórnia na Casa do Blues cercados por arte popular a cada dia. Mac teve a idéia original de usar imagens da Salvation Mountain, que era o título do nosso trabalho até a gravação da música “Revelation”. Assim que as imagens foram divulgadas, comecei a ler críticas de que nós tínhamos copiados do álbum Hail To The Thief, do Radiohead. Quando você colocar os dois lado a lado, as semelhanças são óbvias. Mas nós não pegaríamos referências externas quando estamos aprimorando projetos e idéias que nossa equipe de designers desenvolve. Eu estava mais preocupado com a presença do vermelho, ultimamente tão comum para o U2 e o Green Day. Fazendo uma retrospectiva, provavelmente teria usado uma das outras imagens da embalagem na capa, só assim não teríamos de ler a uma estrela de críticas no iTunes, que nunca foram a respeito da música, era só cobrir o álbum. Porém, tirando tudo isso, penso que é um dos nossos mais interessantes encartes. Quem sabe quanto tempo restará para a música ainda ser embalada em álbuns, é legal ter uma espécie de capa que sintetize que... um projeto é feito de canções individuais.

JFH: Existe alguma música em Revelation que seja mais importante para você? E por quê?
Tai: Provavelmente "Revelation". Só que isto é tão instável. As pessoas muitas vezes acusam os músicos cristãos de serem arrogantes, como se nós tivéssemos todas as respostas. "Torne-se um cristão, e você não terá nenhum problema." Com "Revelation", nós estamos apenas pedindo humildemente e admitindo que temos mais perguntas do que respostas. Deus coloca uma luz para os nossos pés, e não um refletor para o nosso futuro. Acho que Deus quer que nos voltemos a Ele para que Ele possa nos ajudar.

JFH: No novo DVD Christmas Offerings (e mesmo ainda em alguns shows ao vivo), Mac introduz você como o líder da produção da turnê. Você fazer isso em cada turnê e como é ser o primeiro a estar fazendo isso?
Tai: Eu sou apenas o indivíduo que sempre tem ideias para a banda. Admito, a maioria deles é ruim! Eu venho com ideias e entrego para uma grande equipe fazê-las melhor. Sou a ponte da produção para a banda e nosso material. Na nossa primeira grande turnê, nós abrimos para o Newsboys. Eu ficava separado pela produção a cada noite. E ainda fico. Depois disso, saímos para a Conspiracy Tour. Eu comecei a levantar ideias de como poderíamos representar a música naquela época do ano. Acabei achando gratificante vendo que essas ideias vêm por uma fruição. Na turnê Come Together eu estava mais envolvido, e certamente essa foi minha produção favorita entre todas que fizemos. Eu considero isso como uma maneira de lidar com diferentes cenas para diferentes canções.

JFH: Orçamento à parte, o que é que você gostaria de fazer numa produção de turnê do Third Day?
Tai: Muita coisa. Adoro dar às pessoas mais do que o esperado. Fomos capazes de ter uma grande escala de produção no Music Builds Tour, e com vídeo, você pode realmente ter um clima diferente de canção para canção. Com um orçamento ilimitado, eu adoraria ter nosso próprio palco, onde poderíamos fazer coisas muito legais com diferentes performances por toda a arena. Sei que isso é um clichê do rock´n roll, mas sendo alguém, gostaria de expandir algumas coisas também.

JFH: The Music Builds Tour foi uma experiência incrível. Nós ouvimos dizer que isso é algo que o Third Day pode fazer anualmente a partir de agora. Há alguma verdade nisso?
Tai: Ainda estamos conversando e sonhando sobre isso. Honestamente, seria difícil bater o nível de apresentação deste primeiro ano! Mas, eu adoro tocar fora dos ginásios. Um grande show, com grandes bandas, que também estão retornando à comunidade...

JFH: Em abril, o Third Day estará liberando o projeto Revelation Live. Será que isso veio a partir do Music Builds Tour? Se sim, vai ser um show em particular ou um conjunto de apresentações em diversas datas? E vai incluir as mesmas músicas?
Tai: O projeto está sendo chamado de Revelation Live e irá incluir um CD ao vivo, bem como um DVD que é tanto um filme documentário como um concerto. Não sei se teremos espaço para incluir o encore de Revelation, mas a música é tirada a partir de cinco diferentes shows do Music Builds Tour. A filmagem parece incrível, apesar de tudo. Está tranquilamente com o dobro de qualidade de qualquer coisa que eu já vi em nosso mercado e, mais ainda, com coisas que eu só tenho visto no U2 e no Coldplay.

JFH: Durante o ano, você falou sobre a antecipação do USO [United Service Organizations] Tour e trazendo experiências de vida com isso. Como é que surgiu a oportunidade? E isso é alguma coisa que a banda pode voltar a fazer parte algum dia?
Tai: Demorou cerca de quatro anos para fazermos juntos essa viagem. Havia uma verdadeira resistência de líderes militares a serem associados com algo marcado como “cristão", especialmente durante o atual conflito na região muçulmana. Estávamos recebendo muitas cartas de soldados nos pedindo para participar, e dizendo que a nossa música estava fazendo uma diferença para eles. Então, quando a oportunidade tinha sido confirmada, a gente se jogou nisso. Era muito ser a primeira banda cristã a tocar numa zona de conflito. Este feito histórico enquanto nós estávamos lá, e saímos com uma valorização de nossos soldados que espero nunca perder. Já estamos falando de voltar a tentar novamente no próximo ano.

JFH: Quais são as suas reflexões sobre a evolução da música e da indústria cristã? O Third Day estreou em meados da década de 90, a música como um todo foi muito saudável para ser o que ela é hoje. Devido a isso, desde então a Contemporary Christian Music (CCM) tem ramificações além de seu mainstream e parece haver um monte de gente tentando descobrir o que fazer com a indústria da CCM, com algumas intenções que não deveriam existir. Eu era muito influenciado pela música cristã quando vim para Cristo, no início dos anos 90 e, claro, tenho sentimentos confusos sobre alguns padrões que se estabeleceram (isto é, a profanação em alguns álbuns, a baixa qualidade espiritual nas músicas de rock, etc) ou a ideia de que o rock cristão não deveria sequer existir. Eu sei que essa é uma questão já bastante discutida, mas você tem alguma opinião sobre o assunto?
Tai: Essa é uma questão já muito discutida. A indústria da CCM foi o veículo através do qual nossa música encontrou uma audiência. Então, fico hesitante em fazer uma série de críticas. Existem vários lados que precisam ser considerados nas discussões sobre CCM. Não é difícil olhar para qualquer gênero de música e achar coisas passíveis de críticas. Arte e Comércio estão sempre em disputa. Quando você joga a fé na mistura, é como se jogasse jogo na gaiola. (Desculpem a referência, sou um “hulkmaníaco” de coração (?)). Acho que a nossa abordagem sempre foi a de que a crítica é muito fácil. É preciso muito mais coragem de dizer "sim, existem alguns problemas e conflitos inerentes à CCM, mas nós estamos trabalhando para torná-la melhor de dentro para fora". Isso é realmente mudar o modo de como as coisas acontecem, de trabalhar para tornar as coisas melhores e não simplesmente atirar pedras. Penso que fizemos a CCM melhor. Quando você olhar de onde a CCM começou, quando não havia praticamente nenhum sucesso em todas as bandas e a música foi muitas vezes criticada como se estivesse a dez anos atrás do tempo. Agora, doze anos depois, as bandas e artistas que têm uma fundação em nosso gênero estão criando músicas importantes em grande quantidade para diferentes segmentos comerciais. Tivemos uma parte nisso e estamos orgulhosos. Agora, muitas dessas mesmas bandas têm algumas razões legítimas, espiritualmente, artisticamente e economicamente, para não estarem também vinculadas à CCM. No entanto, o Third Day, até mesmo em nosso nome, está atrelado ao núcleo da CCM, o que nós escolhemos foi não lutar contra o rótulo. Há alguns equívocos ruins que vêm com ele. Mas ele também traz uma série de aspectos positivos também. Eu já fui bastante hostilizado, tive que agradecer acomodação e recepção de rock clubes fedidos (?) e limpar as igrejas aonde nós íamos quando estávamos começando. Nosso público é muito favorável. É ele quem nos dá suporte. Eu não o trocaria por nada.

JFH: O que significa para vocês serem chamados de "banda cristã"?
Tai: Para nós, há sempre essa expectativa de que com sucesso seríamos tentados a perder então esse rótulo de "cristão". A cenoura balançando para o Third Day tem sido sempre entender que éramos bons o suficiente, que se apenas nós estabelecesse o espiritual um pouco a frente, mais sucesso nós estaríamos conseguindo. Portanto, para nós, chamar de uma "banda cristã" é afirmar que ainda estamos não só absolutamente dispostos, mas orgulhosos em associar nossos esforços com a causa de Cristo. Isto é, continuamos a orar para que a nossa música e nossos shows convidem as pessoas a se aproximarem de Deus. Isso significa que ainda lutamos para viver uma vida digna de ser reconhecida com “cristã”. Em última análise, não deve ser apenas um título que damos a nós mesmos. Deve ser um título que as outras pessoas nos dêem ao nos encontrar. Deveria haver uma diferença em nossas atitudes. Deve haver algo elogiável na maneira como lidamos com populações locais, promotores de eventos, motoristas, fãs e profissionais de estúdios. Mesmo eu que digo isso, estou consciente de que é provavelmente muita coisa para se viver. Nós já faremos metade do caminho fazendo um trabalho decente na metade do tempo. Acho que continuar sendo uma “banda cristã” possa significar uma besteira, mas vamos continuar tentando.

JFH: Que música você tem ouvido mais recentemente?
Tai: Eu tenho dado uma espécie de pausa musical desde o final da turnê Fall. Eu não comprei nenhum disco nas últimas semanas. Meu playlist atual está no meu iPod e consiste basicamente em Needtobreathe, Coldplay, The Killers, Brandon Heath e um pouco de Keith Urban que tenho encontrado através de minha esposa.

JFH: Como você se mantém espiritualmente focado na estrada? (E você tem algum conselho para os fãs se manterem espiritualmente focados durante as ocupações do dia-a-dia)?
Tai: Esta questão sempre pressupõe o que fazemos! Sabe, quando você diz "espiritualmente centrado", a questão é "sobre o quê?" Pelo que eu digo "Jesus". É fácil quando você está cercado por cristãos ser espiritualmente centrado na teologia, obras, ou mesmo buscando ser espiritualmente focado. Para mim, estar focado é reservar algum tempo de cada dia para refletirmos sobre Jesus. Sua vida, sobre o que Ele tem falado. Penso que isso é universal. Se você está dirigindo um caminhão, ensinando uma classe ou tocando uma guitarra ou baixo, você precisará passar algum tempo todos os dias para pensar na graça que Deus nos deu através de seu Filho Jesus.

JFH: O que Deus tem ensinado a você ultimamente?
Tai: Minha última resposta só foi descoberta hoje, e eu ainda estou tentando compreender.

JFH: O último comentário?
Tai: Obrigado pelo início da terapia 2009. Estamos animados para pegar a estrada do Revelation Tour e sinto que o mundo está apenas começando a ouvir a música do Revelation. Penso que um grande número de pessoas irá encontrar vários incentivos em “Revelation”, "Born Again" e "Take It All". Espero que possamos continuar a reunir as pessoas onde elas estão, mas tenho esperança e oro para que nós continuemos a tê-las em algum lugar e a nós mesmos a cada novo tempo.

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Fonte: Jesus Freak Hideout
Tradução livre

[jb]

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ApologetiX: é igual mas é diferente

Você já imaginou uma banda que tem o repertório baseado em paródias de músicas seculares? Uma banda gospel que imita bandas seculares? Se você já pensou nisso, saiba que essa banda existe mesmo. Se você nunca imaginou, nem precisa fazer o esforço. A banda ApologetiX é exatamente isso: faz versões evangélicas (e bem humoradas) de sucessos universais da música. O grupo pega canções conhecidas no mundo inteiro e insere nelas letras de conteúdo cristão, dosadas com ironia e humor. A proposta original do ApologetiX fez a banda colecionar prêmios no cenário gospel norte-americano, tornando-se bastante popular dentro e fora do ambiente evangélico. E a idéia não é recente: o grupo formado por quatro membros começou em 1992 e desde então tem lançado sucessivos trabalhos de reconhecida qualidade. A discografia soma 20 álbuns. A “parody music” produzida pelo ApologetiX já adaptou melodias dos Beatles, Elvis Presley, Rolling Stones, Queen, U2, Led Zeppelin, Bob Dylan, Metallica entres outros clássicos. O estilo tem se mostrado como ferramenta inteligente de evangelização daqueles que são fãs desses artistas, apesar de também ter recebido duras críticas de vários segmentos cristãos. Músicas memoráveis como “La Bamba”, de Ritchie Valens and Los Lobos, e “Hotel California”, do The Eagles, viraram, respectivamente, “La Bible” e “Hotel Can't Afford Ya 2004” na versão apologética.

ApologetiX é:

J. Jackson (vocal)
Bill Hubauer (guitarra e teclado)
Keith Haynie (baixo)
Jimmy “Vegas” Tanner (bateria e percursão)

Estilo: Rock – Christian Parody
Temática: Cristã
Origem: Pittsburgh – Pennsylvania (EUA)
Site Oficial: http://www.apologetix.com/
MySpace: www.myspace.com/apologetix

Discografia:
1993 - Isn't Wasn't Ain't
1994 - Radical History Tour
1997 - Ticked
1998 - Jesus Christ Morning Star
1999 - Biblical Graffiti
2000 - Spoofernatural
2001 - Keep the Chage
2002 - Have Yourself a Parody Litlle Christmas EP
2002 - Grace Period
2003 - Adam Up2003 - Downer of a Sister DVD
2003 - Isn't Wasn't Ain't [ApologetiX 10 anos]
2004 - New & Used Hits (The Best of ApologetiX vol. 1 e 2)
2005 - Isn't Wasn't Ain't: Director's Cut
2005 - Apol-AcoustiX
2005 - ApologetiX Hits: The Road
2005 - Samson Comes Alive: An Evening with ApologetiX DVD
2006 - Wordplay
2007 - Chosen Ones
2008 - Future Tense

Ouça a “La Bamba” gospel:




(Com informações do site da banda e do Wind in Desert)

[jb]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Notas Amplificadas

20 ANOS DE RESGATE
Em 2009 a banda Resgate completa 20 anos de atuação. O grupo quer presentear os fãs com um material especial para comemoração e está pedindo sugestões. Quem quiser colaborar é só deixar um recado no site da banda: http://www.bandaresgate.com.br/. O último álbum de inéditas do Resgate foi Até eu envelhecer, em 2006, que rendeu um DVD ao vivo lançado em 2008. Os ouvintes anseiam por boas novidades neste ano.

SIXPENCE MAIS RICO
Depois de um hiato de quatro anos, a banda Sixpence None The Richer retorna com um som mais maduro e experiente. Apesar de conflitos internos, o grupo não havia terminado definitivamente, apenas seus integrantes estavam envolvidos com trabalhos solos e outras formações. A vocalista Leigh Nash, que havia dado um tempo na música por causa da gravidez, produziu intensamente nos últimos anos. Em 2008, a banda se reencontrou no lançamento de The Dawn Of Grace, com músicas natalinas. Logo a seguir divulgou o EP My Dear Machine, prenúncio de álbum inédito em 2009. Confira o novo hit de trabalho na volta do Sixpence:


FORA DO EIXO É MAIS DIFÍCIL
A banda Aeroilis, de Florianópolis, vem desde 2007 na perspectiva de lançamento do segundo álbum. Depois da estréia, em 2004, através do selo independente La Cruz, com um CD que leva o nome do grupo, o Aeroilis rapidamente chamou a atenção e logo firmou contrato de distribuição com a Bompastor. Um impulso e tanto para quem está fora do eixo Rio-São Paulo e quer expandir o trabalho. A faixa inédita Cega Inocência está no MySpace da banda para ouvir e baixar. Outras três faixas do primeiro CD estão disponíveis no site da banda para download gratuito. Para 2009 fica a expectativa de que o segundo álbum saia da gaveta e o som do Aeroilis cresça no cenário nacional.

CÂMERAS EM AÇÃO
A Red Films, produtora da Plenitude Church de Joinville (SC), está trabalhando na gravação de novo longa-metragem. Depois de “As estrelas me mostram você”, que marcou o cinema nacional como o primeiro filme gospel brasileiro, a equipe do pastor Fábio Faria parece que tomou gosto pela coisa e embarca numa nova produção, ainda sem título. (Com informações do blog Cinema Cristão).

[jb]

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Som Off-Road

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Com a vulgarização do som das comunidades, a tendência para o aumento de artistas em carreira solo, a crise existencial de bandas tradicionais e a visão protecionista de igrejas, gravadoras e grupos de mídia, a esperança de que a música gospel se renove como expressão de qualidade artística e evangelismo inovador recai sobre os grupos e cantores que atuam de forma independente. Salvo algumas exceções entre os protagonistas de referência nacional, acredito que neste início de século, uma revolução do louvor e da música gospel como arte está sendo projetada pelos caminhantes à beira da high way evangélica.

Pequenos grupos, cantores “desconhecidos”, propostas que fogem à pop adoraction, trazem na bagagem o impulso da inovação, do fazer diferente, do experimentalismo. É certo que pode haver uma deficiência técnica, mas existe uma ânsia em fazer algo novo, sem ser meramente produto comercializável. Apenas um bom som, sem pretensões, sem a corrida de ser hit em palcos e rádios. E essa motivação faz toda a diferença. Motivação que parece perdida pelos grandes grupos. Eles ficaram cansados, velhos, repetitivos, chatos e moralistas demais. Passaram a imitar a si mesmos. O som off-road dos independentes é sangue novo nas veias elétricas e acústicas da música gospel brasileira: merece ser respeitado, apreciado e expandido.

Faltam boas surpresas. Há uma carência de criatividade, originalidade e credibilidade. Os independentes mandam bem porque têm muito dessas qualidades. Não tem os rabos presos com ninguém, a não ser com as próprias idéias. O espírito de quem trabalha off-road é a autonomia, a iniciativa própria, a obstinação. Não deixam de lado também, é claro, o compromisso com Deus e com o público. É interessante notar e saber que tem gente fazendo Celtic Rock, White Metal, Ska, Punk e MPB dentro do cenário gospel brasileiro. Fazendo bem, há bastante tempo e infelizmente sem a justa divulgação e reconhecimento. Além de ampliar o espectro de ritmos, esse movimento provoca um curto-circuito na discriminação musical que ainda existe no país. Os artistas independentes têm grande papel dentro desse possível contexto de inovações e aberturas.

Não reclamo aqui por um revival da música gospel (e da música em geral) em seu aspecto revolucionário e agressivo nos incríveis anos 80. Estamos numa época diferente que reclama suas próprias mudanças. Fãs, igrejas, artistas, vendedores e produtores estão envolvidos nisso. Podemos iniciar a segunda década do século com uma melhor perspectiva. Ou sempre afagaremos o saudosismo. Ou, talvez, teremos que invadir garagens por aí para ouvir coisa boa: sem selo, sem encarte, sem placa denominacional.

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[jb]

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Notas Amplificadas


DANILO GENTILI QUERIA SER PASTOR
Repórter do programa CQC, na Band, Danili Gentili tinha vontade de ser pastor. Mas aos 20 anos, depois de liderar um grupo de jovens da Igreja Batista, foi expulso do ministério por “questionar demais”. Gentili era católico por tradição e já no catecismo foi persona non grata. Em busca de uma igreja que estivesse “mais de acordo” chegou até ao meio evangélico. Novamente, foi cortado por pastores e irmãos. Daí, o “Barnabé de Santo André” abandonou a ambição religiosa e partiu para o humor. Hoje faz o maior sucesso com a galera cqcística e com o público das apresentações de stand-up comedy por todo país.
Com informações do Gnotícias.com.br.

SWITCHFOOT E JARS PREPARAM NOVOS ÁLBUNS
Os grandes representantes do pop/rock gospel mundial estão em estúdio preparando seus novos trabalhos. As duas bandas vêm de lançamentos de coletâneas: o Switchfoot com The Best Yet e o Jars of Clay com Greatest Hits. O grupo de Jon Foreman está com metade do álbum pronto e provavelmente em março esteja tudo finalizado. Será o primeiro lançamento com o selo independente da Imprint, após a saída da Columbia. Já os meninos de Illinois devem lançar em abril o álbum The Long Fall Back to Earth. Com 14 faixas, o novo CD vai marcar os 15 anos de carreira do Jars. Para os fãs ansiosos por uma apresentação das bandas no Brasil, infelizmente não há nada na agenda para este ano. Pelo menos por enquanto.
Com informações do Dotgospel aqui e aqui.

AEROBLITZ PROMETE NOVIDADES PARA 2009
A banda de rock gospel de Joinville (SC) está com o site em reformulação e promete novidades para este ano. É aguardar pra ver. O Aeroblitz estreiou em 2007 com o álbum Lugar Distante. Em 2008, para chegar de fato a lugares distantes, o grupo disponibilizou no site as faixas para downloads gratuitamente. O CD pode ser adquirido aqui. Saiba mais sobre o álbum aqui. Confira também alguns shows assistindo no Youtube.

MAIS OXIGÊNIO PARA BANDAS CATARINENSES
O selo internacional Oxigênio Records abriu espaço no Brasil através da Oxigênio Digital para distribuir e comercializar trabalhos de qualidade de bandas que atuam de forma independente. A idéia é dar visibilidade aos grupos que estão à margem das grandes gravadoras e que ganham pouca ou nenhuma repercussão na mídia. Na primeira seleção feita após ouvir os trabalhos de muitos grupos, quatro representantes de Santa Catarina marcaram presença. Isso mostra que tem muita gente boa fazendo som de qualidade aqui pertinho. Os escolhidos foram o ministério Adorazione, de Criciúma; a banda de rock Hidrante, de Camboriú; o grupo The Outsiders, da igreja Bola de Neve de Balneário Camboriú, e a banda de hardcore Undervision, de Blumenau. A Oxigênio, numa primeira etapa, selecionou 18 artistas e a partir do dia 15 começa a avaliar outros novos grupos. Se você quer entrar na peneira e concorrer à contratação é só enviar um e-mail para renato@oxigenioonline.com.
Com informações do Dotgospel.

[jb]

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Oficina sustenta a bandeira do rock gospel brazuca



Criatividade, experimentação, inovação, ousadia, qualidade e coerência. Estão aí alguns termos que traduzem em grande parte o trabalho do Oficina G3 em 20 anos de atuação. Entre as grandes, a única banda que ainda sustenta a bandeira do rock gospel brazuca com firmeza, produção e originalidade. Com o lançamento do último álbum, Depois da Guerra, o grupo confirma sua consistência e ainda dá uma banana para o congregacionismo estéril esparramado em igrejas, rádios e eventos.

Fazer música é fazer arte. Fazer música para Deus é fazer arte com compromisso, responsabilidade e respeito. À Deus e também às pessoas. Como toda obra artística e cultural, a música está sujeita a críticas. Quem quer ser eximir de responsabilidades e culpas simplesmente faz o “que todo mundo está gostando” e não se compromete. Apenas entra na onda e recebe os verdes louros da mediocridade. Eu vejo que o Oficina se esforça em ir na contra-corrente dessa maré. Ousa arriscar, experimentar, dar a cara à tapa, sair das quatro paredes da igreja, provocar reflexão e adoração com a arte que sabem fazer. É claro, eles não são perfeitos, tropeçaram algumas vezes ao longo da carreira mas continuam na dianteira, como bandeirantes da música gospel bem feita, ao mesmo tempo tentando se equilibrar na balança onde pesam o dinheiro, a presença das grandes gravadoras, os interesses institucionais, o segregacionismo das igrejas. Ao se expor e ousar, na mudança de arranjos, na retomada de estilos, na contrariedade à tendências e na busca pelo diferencial, a banda Oficina G3 atraiu e atrai o olhar de quem é de fora do meio evangélico, às vezes muito mais daqueles que são de dentro – muitos embotados em conservadorismos inúteis.

Depois da Guerra prova isso. Prova que a luta contra a mesmice continua. Infelizmente, outras grandes bandas não conseguiram manter-se à altura da inovação e do risco. Por diversos motivos, pararam ou deram um tempo, ficaram instáveis. Deram, de fato, uma contribuição imensa à abertura do rock gospel no Brasil, sobretudo nos anos 90. O caminho está feito e agora alguém terá que seguir e continuar. O Oficina fez e segue o caminho. Que sigam-lhe os bons! O Katsbarnea depois que perdeu o Brother Simion não foi mais o mesmo: perdeu fôlego, força e intensidade; não sabe pra onde quer ir. O Resgate é sempre um mistério: nunca se sabe o que estão bolando. Se estão realmente bolando alguma coisa, deve ser coisa boa. Se não estão, devem estar mortos. E o Fruto Sagrado, o que dizer? Mudanças no grupo, integrantes divididos, problemas internos e a produção se descarrilhou. Em stand by, as perdas no grupo são irreparáveis. Será que o Fruto já caiu de maduro? Poderiam ainda ter muitos ouvidos a alimentar... Outras bandas do cenário nacional tentaram se impor para não deixar a peteca cair. Código C, Patmus, Metal Nobre, Novo Som. Parece difícil, porém, manter o nível dos pioneiros. Além de obstinação, é preciso, no mínimo, fazer boa música, o que nem sempre acontece.

Nesse vácuo é que a presença de grupos independentes, não atrelados a igrejas ou grandes gravadoras e nem com grande aporte de mídia, ganha relevância sobre quem trilhará o caminho das pedras, do rock gospel de atitude. Mas as bandas “menores” será assunto para outro artigo. Por aqui fica o apelo para ouvirem e avaliarem o novo trabalho do Oficina G3, o novo vocal, as novas letras, a nova ambição internacional. Novidades: é o que espera de quem está vivo. Sobre quem insiste no comodismo das vãs repetições adoracionistas, é bom deixar os mortos sepultar seus próprios mortos.

Para comprar o CD: Gospel Goods
Para baixar o álbum: Gospel Downloads
Parar ouvir: MySpace Oficina G3

[jb]

Play

Apertamos o botão. Clicamos no play e deixamos a música rolar. Começa aqui a trilha de um blog que pretende amplificar a música gospel de qualidade, dando-lhe o máximo volume, a melhor equalização, a perfeita sintonia e o arranjo mais original possível. Com o pop/rock na dianteira, falaremos de todos os estilos, inclusive aqueles que ninguém sabe que existe. Estaremos rastreando onde quer que estejam fazendo boa música pra Deus. Bandas e cantores conhecidos ou independentes, nacionais ou estrangeiros serão alvos aqui de comentários, notícias, críticas e análises. Eles serão os protagonistas e nós daremos eco ao trabalho que fazem. Divulgação de eventos, discografias, curiosidade sobre grupos, história das bandas, entrevistas, indicações, matérias, espaço para gente nova, entre outras coisas. Aperte o play comigo, link aí o Amplificador e siga o ritmo.
Confira abaixo alguns marcadores de seções que teremos aqui no blog:

Notas Amplificadas – notícias do mundo musical pra você.
Perfil – bandas, cantores e protagonistas da música cristã.
Agenda – divulgação de eventos relevantes no Brasil.
Ruído Rosa – todo tipo de curiosidades sobre música.
Barulhando – espaço para quem está começando a fazer barulho no cenário musical.
Ladies On The Rock – quando elas comandam.
Em outras palavras...  – bom humor nunca é demais.
Crônicas – sempre uma abordagem diferente sobre algum tema da música e além.
Sonar – encontrar bandas e artistas legais e insólitos pelo mundo: eis a missão.

Já dá para ter uma idéia da empreitada.
Fique por aqui e amplifique-se.

Sobre mim: relatos autobiográficos em mi menor

Sobre o autor: João Batista (JB) é jornalista formado pela Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, de Joinville (SC). Membro da Igreja do Evangelho Quadrangular do Aventureiro, gosta de acompanhar as novidades da (boa) música cristã, principalmente sobre as bandas de rock (e mais especialmente sobre bandas com vocais femininos). Integrante do grupo de poetas Zaragata, também se arrisca na escritura de poemas, crônicas e outros textos literários. É admirador da literatura de José Saramago, da música do Pato Fu e fã entusiasta da banda Jars Of Clay (e de outras trocentas bandas, do pop ao metal). Trabalha com assessoria e serviços de comunicação.


A História Toda (Ou Quase)

Meu nome é João Batista da Silva: isso explica a alcunha de “jotabê”. Nasci ouvindo o barulho da chuva no dia 7 de junho de 1981, no hospital São João Batista (e isso explica a origem peculiar do meu nome) em Imaruí, uma cidadezinha de colonização açoriana, nascida como Freguesia de São João Batista de Imaruí, hoje com cerca de 10 mil habitantes, localizada no sul de Santa Catarina. Em algum dia de 1988 meus pais decidiram abandonar a vida na lavoura e nos mudamos para Joinville, no norte do estado, onde estamos até hoje. Me considero um joinvilense de coração. Gosto da cidade onde vivo, onde cresci, onde iniciei meus estudos, onde comecei a trabalhar e onde continuo a construir meu viver. Foi aqui, na cidade da chuva, que conheci o Evangelho e fiz minhas importantes amizades.

Em 1992 meus pais, católicos tradicionais, se converteram na recém inaugurada Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Aventureiro, zona leste da cidade, por conta de milagres de cura recebidos. Eu, o caçula da família, muito ligado aos meus pais e, particularmente, à minha mãe, fui na sombra deles. No final de 1993, tomei a decisão do batismo e, desde então, permaneço na mesma igreja até hoje. Foi participando dos cultos de jovens e de retiros que meu gosto pela música na igreja se iniciava. Na verdade, percebo isso hoje, mas naquele momento não tinha muita consciência do que de fato gostava ou não. Tudo era experimentação.

Música, religiosa ou não, é arte. E tudo que é arte me atrai. Mesmo antes de estar na igreja, e mesmo algum tempo depois, gostava de música sertaneja, de duplas em especial, como Leandro & Leonardo, Chitãozinho & Xororó, Chrystian & Ralf e Alan & Aladin. Esse gosto (que hoje me parece engraçado) veio da influência de meu irmão, violeiro amador e que tocava nas rodas de amigos e nos barzinhos do bairro. Eu geralmente estava junto, ouvindo. Cheguei até a participar de um festival de música sertaneja, onde fiquei em sexto lugar (não fui tão mal assim!). Me apresentei com “Desculpe mas eu vou chorar” (Leandro e Leonardo) na primeira fase e “Planeta Azul” (Chitãozinho e Xororó) na segunda. Em casa, meu irmão sempre estava ouvindo alguma coisa no rádio ou numa fita cassete para depois tocar no violão. Por tabela, eu ouvia junto. Gaúcho da Fronteira, Raul Seixas, Pop Band, Musical JM eram alguns artistas que ouvia com freqüência. Teve um tempo que cheguei até a gostar de Amado Batista, através da clássica “No hospital”. Podem rir!

Passei a perder essas referências à medida que me envolvia mais com a cultura evangélica. Os hinos congregacionais, comuns à época, praticamente eram de domínio público ou de autores desconhecidos. Não tinham nenhuma identidade, senão a de ser “música de igreja”. Aos poucos, lá pelos idos de 1995, já tinha uma noção de quem eram os protagonistas da música evangélica: Carlinhos Félix, J. Neto, Voz da Verdade, Grupo Logos, Adhemar de Campos, Comunidade de Nilópolis, Rebanhão. No entanto, foi depois de conhecer Oficina G3 e Brother Simion (Katsbarnea) que passei a ver a música evangélica muito mais do que “música de igreja”. Além do mais, foram artistas que me levaram a gostar do rock, e do rock feito por bandas especialmente. Fruto Sagrado, Resgate, Catedral e as internacionais Petra, Guardian e Whitecross foram conseqüências naturais depois disso. O CD “Indiferença” (Oficina G3, 1996) me firmou na preferência pelo rock cristão, gosto que começara com os trabalhos experimentais de Brother Simion ainda no Katsbarnea (“Cristo ou Barrabás”, de 1992, é meu álbum de referência).

Essas preferências e escolhas tinham muito a ver com aquilo que se tocava na igreja e com as influências dos colegas. O grupo de louvor realmente fazia um trabalho de vanguarda, há 15 anos. Os caras tocavam (e de maneira competente) Oficina nos cultos de domingo! Foi um período muito bom. No final da década de 90, particularmente, eu iniciava a busca por um estilo mais próprio, de um gosto musical mais coerente com minha personalidade. Algo entre o hard rock do G3 e as baladas do Catedral. Ou entre o som do Skank e o do Legião Urbana, minhas referências, em termos de banda, na música secular. Foi nessa busca que encontrei o Jars of Clay.

Nem lembro como, não sei se foi pela internet ou numa livraria. Deparei-me com o elefante azul da capa do álbum “If I Left The Zoo”, de 1999, e a foto em sephia do quarteto no verso. Enquanto a capa me parecia agressiva, o verso me informava de alguma coisa lúdica ou romântica. Entendi aquilo como a junção entre algo clássico e algo inovador. Era isso que queria. E era isso que o Jars era. Fiquei fascinado: o encarte era algo diferente de tudo que tinha visto. A musicalidade, a letra, o instrumental, a mensagem: tudo era tão bem feito. Todas as músicas eram excelentes, inclusive “Sad Clown”, uma das músicas mais tristes e melancólicas que já ouvi. Havia um motivo e o título da canção já explicava tudo. Pesquisei sobre a banda, sua história e influências. Diziam que o Jars era uma espécie de U2 gospel. Talvez a comparação valesse na época, hoje não mais. Adquiri os outros álbuns e até hoje acompanho o trabalho dos Vasos de Barro. É, de longe, minha banda preferida. E os caras sempre me impressionam.

A partir do Jars, fiquei mais atento ao som internacional. Conheci Switchfoot, Sonicflood, Third Day, MercyMe, Sixpence, AudioAdrenaline, DC Talk, Newsboys, entre outros de história mais recente. Além de Avalon, Point of Grace, Rachel Lampa, Jaci Velasquez, Whitecross, Petra e Guardian, conhecidos (pouco ou muito) anteriormente. No Brasil, não via nada no horizonte além de Resgate e Oficina. O advento dos ministérios empastelou a música gospel nacional, apesar de inaugurar um novo movimento evangelístico no cenário pentecostal. No geral, a música, como arte e experiência, declinou e voltou a ser meramente “música de igreja”. O ministério Filhos do Homem é um dos poucos que tem minha modesta apreciação nesse contexto. Atualmente, com o cenário alternativo e independente, meus ouvidos voltam-se à produção nacional. Tem coisa muito boa sendo feita e é preciso considerar e divulgar.

Este blog, então, nasce dessas percepções e experiências, somando-se à facilidade oferecida pela internet no contato com bandas e músicos de todo tipo, indiferente do lugar onde estão. Esclareço que não sou músico, não tenho banda, nem toco em grupos de louvor. Até tentei aprender a tocar violão no começo da minha conversão, mas não era minha praia. Tenho um sonho estranho de tocar harmônica só para fazer “Gênesis”, do Katsbarnea. A gaita, comprei há tempos, só falta aprender... E canto sozinho no meu quarto, quando não tem ninguém em casa! No mais, sou um ouvinte atento, observador, que gosta de sentir a música, sua letra e melodia. Não entendo muito bem da parte técnica, de arranjos, partituras, riffs e timbres. Mas avalio com sinceridade aquilo que chega até meus ouvidos.

Tenho a mente aberta. Às vezes me acho eclético demais, mas tem coisa que, de fato, não gosto: rap, hip-hop, pagode, axé. Nunca gostei. Espero continuar não gostando. Ainda acho Chitãozinho e Xororó a melhor dupla sertaneja e considero Pato Fu uma banda absolutamente singular (admiro muito o trabalho deles). No mundo cristão, Petra será sempre a melhor banda cristã de todos os tempos. O ministério Filhos do Homem nunca fará um álbum melhor que “Somos Teus Filhos”. Quero estar errado. E é uma pena que Stauros tenha acabado.

Gostaria de ter nascido ao som de “Flood”. Quero morrer ao som de “Fly”. Num dia de chuva. Em Portugal. Daqui a muito tempo. Depois, é claro, de plantar uma árvore, escrever um livro e amar uma mulher.

Meu outro blog:
http://www.caixaderessonancia.blogspot.com/ – Poesias, contos, crônicas e textos experimentais.

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João Batista

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