Entrevista: Third Day
John DiBiase, do Jesus Freak Hideout, fez recentemente uma entrevista com Tai Anderson, baixista do Third Day. Na conversa, o músico fala sobre o último álbum – Revelation –, os projetos para 2009, as atualidades da música cristã contemporânea e a maturidade do grupo após doze anos de carreira.
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No verão de 2008, a banda de rock de Atlanta Third Day divulgou aquele que pode ser considerado seu melhor trabalho com Revelation - um álbum que faz a banda retornar mais às raízes do rock sulista, com uma originalidade peculiar. Recentemente falei com o baixista Tai Anderson para discutir o álbum, a banda, o próximo projeto ao vivo – Revelation Live – e muito mais.
Jesus Freak Hideout (John DiBiase): Depois do sucesso de Wherever You Are, qual a linha musical que segue o novo álbum Revelation? É realmente o mais cru e de raiz para o Third Day?
Tai Anderson: Wherever You Are ficou muito identificado por todos os nossos fãs e a banda pelos dois radio singles: "Cry Out To Jesus” e " Mountain Of God". Essas canções foram importantes para a nossa carreira, mas definitivamente mostraram nosso lado mais maduro. Depois de experimentar essas canções e fazer o registro de alguns anos, nós estávamos prontos para balançar as coisas um pouco. Colocando em Cronology alguns registros logo após Wherever You Are a banda tinha realmente sentido como precisávamos reapresentar o grupo para o mundo. Internamente, certo ou errado, nós sentimos que se Revelation não levantasse algumas sobrancelhas e surpreendesse as pessoas um pouco mais, nós tínhamos uma boa chance de se tornar irrelevantes como banda. Eu gosto de dizer quando estamos trabalhando na música que "é preciso reunir as pessoas onde elas estão, mas temos de levá-las em algum lugar". Se você der aos fãs apenas o que eles pedem, eles ficarão ressentidos por isso. Revelation foi nossa tentativa de fazer isso.
JFH: Como Lacey Mosley do Flyleaf veio a participar do Revelation? Parece pouco provável uma parceria com o Third Day, mas a voz dela ficou maravilhosa com Mac [Powell] em "Born Again"...
Tai: Isso veio totalmente do nosso produtor, Howard Benson. Éramos todos muito familiarizados com o Flyleaf. Mas, quando estávamos fazendo nossa primeira pré-produção com Howard, ele tocou uma parte de "All Around Me" para nós. Eu fui levado para longe. Ouvi a música como louvor que descrevia um encontro com Deus de uma forma muito singular, pessoal e possível. Era muito diferente de tantos clichês de adoração que ouvi na rádio ao longo dos anos. Quando fomos gravar "Born Again", pensamos que poderia funcionar muito bem como um dueto. Howard sugeriu Lacey, daí todos nós entramos no jogo. Muito da música do Flyleaf é tão agressivo. Penso que nossa música direcionou grandemente para o seu lado mais tranqüilo. Lacey é realmente uma boa cantora, e eu acho que fiquei invisível nas faixas que ela cantou com a gente. Ah sim, ela foi a principal a cantar em “Born Again" – e ainda tivemos “Run to You" como bônus! Por ela, eu tenho que deixar sua resposta. Mas, ela compartilhou conosco o que nossa música tinha feito na vida dela quando ela era uma adolescente, o que foi muito inspirador para nós, como afirmação de que estávamos na direção certa com nosso trabalho.
JFH: Quanto do impacto do produtor Howard Benson tem sobre o álbum Revelation? Como foi o processo de fazer este disco diferente dos anteriores?
Tai: Você sabe, nós ainda escrevemos as músicas. Mas não posso salientar satisfatoriamente o importante papel que ele desempenhou. A principal contribuição foi pela triagem muito eficiente entre 40 canções que tínhamos compilado. Podemos ser politicamente corretos quando se trata de selecionar músicas. Howard não era como um cão de guarda. Então, ele ficava muito mais que feliz quando era para informar, com absoluta certeza, sobre músicas e canções que definitivamente não deveriam ser gravadas. Assim, fomos capazes de concentrar nossos esforços sobre o melhor material desde o começo.
JFH: O que inspirou a arte do álbum Revelation?
Tai: Fizemos o vídeo de "Consuming Fire" em Salton Sea, no sul da Califórnia. No ano passado, vimos um documentário sobre a área que apresentou Salvation Mountain ou Trash Mountain. Havia simplesmente uma coisa louca e linda sobre aquele lixo e alguma coisa bonita por fora daquilo. Algo do tipo assustador, mas também atraente sobre um homem, capaz de empenhar a vida na construção de algo como isso. Acho que um monte de gente escuta a mensagem da nossa música, e sinto da mesma maneira. Nós gastamos muito tempo na Califórnia para fazer as gravações e, logo após, quando chegou a hora de fazer uma apresentação, estávamos na Califórnia na Casa do Blues cercados por arte popular a cada dia. Mac teve a idéia original de usar imagens da Salvation Mountain, que era o título do nosso trabalho até a gravação da música “Revelation”. Assim que as imagens foram divulgadas, comecei a ler críticas de que nós tínhamos copiados do álbum Hail To The Thief, do Radiohead. Quando você colocar os dois lado a lado, as semelhanças são óbvias. Mas nós não pegaríamos referências externas quando estamos aprimorando projetos e idéias que nossa equipe de designers desenvolve. Eu estava mais preocupado com a presença do vermelho, ultimamente tão comum para o U2 e o Green Day. Fazendo uma retrospectiva, provavelmente teria usado uma das outras imagens da embalagem na capa, só assim não teríamos de ler a uma estrela de críticas no iTunes, que nunca foram a respeito da música, era só cobrir o álbum. Porém, tirando tudo isso, penso que é um dos nossos mais interessantes encartes. Quem sabe quanto tempo restará para a música ainda ser embalada em álbuns, é legal ter uma espécie de capa que sintetize que... um projeto é feito de canções individuais.
JFH: Existe alguma música em Revelation que seja mais importante para você? E por quê?
Tai: Provavelmente "Revelation". Só que isto é tão instável. As pessoas muitas vezes acusam os músicos cristãos de serem arrogantes, como se nós tivéssemos todas as respostas. "Torne-se um cristão, e você não terá nenhum problema." Com "Revelation", nós estamos apenas pedindo humildemente e admitindo que temos mais perguntas do que respostas. Deus coloca uma luz para os nossos pés, e não um refletor para o nosso futuro. Acho que Deus quer que nos voltemos a Ele para que Ele possa nos ajudar.
JFH: No novo DVD Christmas Offerings (e mesmo ainda em alguns shows ao vivo), Mac introduz você como o líder da produção da turnê. Você fazer isso em cada turnê e como é ser o primeiro a estar fazendo isso?
Tai: Eu sou apenas o indivíduo que sempre tem ideias para a banda. Admito, a maioria deles é ruim! Eu venho com ideias e entrego para uma grande equipe fazê-las melhor. Sou a ponte da produção para a banda e nosso material. Na nossa primeira grande turnê, nós abrimos para o Newsboys. Eu ficava separado pela produção a cada noite. E ainda fico. Depois disso, saímos para a Conspiracy Tour. Eu comecei a levantar ideias de como poderíamos representar a música naquela época do ano. Acabei achando gratificante vendo que essas ideias vêm por uma fruição. Na turnê Come Together eu estava mais envolvido, e certamente essa foi minha produção favorita entre todas que fizemos. Eu considero isso como uma maneira de lidar com diferentes cenas para diferentes canções.
JFH: Orçamento à parte, o que é que você gostaria de fazer numa produção de turnê do Third Day?
Tai: Muita coisa. Adoro dar às pessoas mais do que o esperado. Fomos capazes de ter uma grande escala de produção no Music Builds Tour, e com vídeo, você pode realmente ter um clima diferente de canção para canção. Com um orçamento ilimitado, eu adoraria ter nosso próprio palco, onde poderíamos fazer coisas muito legais com diferentes performances por toda a arena. Sei que isso é um clichê do rock´n roll, mas sendo alguém, gostaria de expandir algumas coisas também.
JFH: The Music Builds Tour foi uma experiência incrível. Nós ouvimos dizer que isso é algo que o Third Day pode fazer anualmente a partir de agora. Há alguma verdade nisso?
Tai: Ainda estamos conversando e sonhando sobre isso. Honestamente, seria difícil bater o nível de apresentação deste primeiro ano! Mas, eu adoro tocar fora dos ginásios. Um grande show, com grandes bandas, que também estão retornando à comunidade...
JFH: Em abril, o Third Day estará liberando o projeto Revelation Live. Será que isso veio a partir do Music Builds Tour? Se sim, vai ser um show em particular ou um conjunto de apresentações em diversas datas? E vai incluir as mesmas músicas?
Tai: O projeto está sendo chamado de Revelation Live e irá incluir um CD ao vivo, bem como um DVD que é tanto um filme documentário como um concerto. Não sei se teremos espaço para incluir o encore de Revelation, mas a música é tirada a partir de cinco diferentes shows do Music Builds Tour. A filmagem parece incrível, apesar de tudo. Está tranquilamente com o dobro de qualidade de qualquer coisa que eu já vi em nosso mercado e, mais ainda, com coisas que eu só tenho visto no U2 e no Coldplay.
JFH: Durante o ano, você falou sobre a antecipação do USO [United Service Organizations] Tour e trazendo experiências de vida com isso. Como é que surgiu a oportunidade? E isso é alguma coisa que a banda pode voltar a fazer parte algum dia?
Tai: Demorou cerca de quatro anos para fazermos juntos essa viagem. Havia uma verdadeira resistência de líderes militares a serem associados com algo marcado como “cristão", especialmente durante o atual conflito na região muçulmana. Estávamos recebendo muitas cartas de soldados nos pedindo para participar, e dizendo que a nossa música estava fazendo uma diferença para eles. Então, quando a oportunidade tinha sido confirmada, a gente se jogou nisso. Era muito ser a primeira banda cristã a tocar numa zona de conflito. Este feito histórico enquanto nós estávamos lá, e saímos com uma valorização de nossos soldados que espero nunca perder. Já estamos falando de voltar a tentar novamente no próximo ano.
JFH: Quais são as suas reflexões sobre a evolução da música e da indústria cristã? O Third Day estreou em meados da década de 90, a música como um todo foi muito saudável para ser o que ela é hoje. Devido a isso, desde então a Contemporary Christian Music (CCM) tem ramificações além de seu mainstream e parece haver um monte de gente tentando descobrir o que fazer com a indústria da CCM, com algumas intenções que não deveriam existir. Eu era muito influenciado pela música cristã quando vim para Cristo, no início dos anos 90 e, claro, tenho sentimentos confusos sobre alguns padrões que se estabeleceram (isto é, a profanação em alguns álbuns, a baixa qualidade espiritual nas músicas de rock, etc) ou a ideia de que o rock cristão não deveria sequer existir. Eu sei que essa é uma questão já bastante discutida, mas você tem alguma opinião sobre o assunto?
Tai: Essa é uma questão já muito discutida. A indústria da CCM foi o veículo através do qual nossa música encontrou uma audiência. Então, fico hesitante em fazer uma série de críticas. Existem vários lados que precisam ser considerados nas discussões sobre CCM. Não é difícil olhar para qualquer gênero de música e achar coisas passíveis de críticas. Arte e Comércio estão sempre em disputa. Quando você joga a fé na mistura, é como se jogasse jogo na gaiola. (Desculpem a referência, sou um “hulkmaníaco” de coração (?)). Acho que a nossa abordagem sempre foi a de que a crítica é muito fácil. É preciso muito mais coragem de dizer "sim, existem alguns problemas e conflitos inerentes à CCM, mas nós estamos trabalhando para torná-la melhor de dentro para fora". Isso é realmente mudar o modo de como as coisas acontecem, de trabalhar para tornar as coisas melhores e não simplesmente atirar pedras. Penso que fizemos a CCM melhor. Quando você olhar de onde a CCM começou, quando não havia praticamente nenhum sucesso em todas as bandas e a música foi muitas vezes criticada como se estivesse a dez anos atrás do tempo. Agora, doze anos depois, as bandas e artistas que têm uma fundação em nosso gênero estão criando músicas importantes em grande quantidade para diferentes segmentos comerciais. Tivemos uma parte nisso e estamos orgulhosos. Agora, muitas dessas mesmas bandas têm algumas razões legítimas, espiritualmente, artisticamente e economicamente, para não estarem também vinculadas à CCM. No entanto, o Third Day, até mesmo em nosso nome, está atrelado ao núcleo da CCM, o que nós escolhemos foi não lutar contra o rótulo. Há alguns equívocos ruins que vêm com ele. Mas ele também traz uma série de aspectos positivos também. Eu já fui bastante hostilizado, tive que agradecer acomodação e recepção de rock clubes fedidos (?) e limpar as igrejas aonde nós íamos quando estávamos começando. Nosso público é muito favorável. É ele quem nos dá suporte. Eu não o trocaria por nada.
JFH: O que significa para vocês serem chamados de "banda cristã"?
Tai: Para nós, há sempre essa expectativa de que com sucesso seríamos tentados a perder então esse rótulo de "cristão". A cenoura balançando para o Third Day tem sido sempre entender que éramos bons o suficiente, que se apenas nós estabelecesse o espiritual um pouco a frente, mais sucesso nós estaríamos conseguindo. Portanto, para nós, chamar de uma "banda cristã" é afirmar que ainda estamos não só absolutamente dispostos, mas orgulhosos em associar nossos esforços com a causa de Cristo. Isto é, continuamos a orar para que a nossa música e nossos shows convidem as pessoas a se aproximarem de Deus. Isso significa que ainda lutamos para viver uma vida digna de ser reconhecida com “cristã”. Em última análise, não deve ser apenas um título que damos a nós mesmos. Deve ser um título que as outras pessoas nos dêem ao nos encontrar. Deveria haver uma diferença em nossas atitudes. Deve haver algo elogiável na maneira como lidamos com populações locais, promotores de eventos, motoristas, fãs e profissionais de estúdios. Mesmo eu que digo isso, estou consciente de que é provavelmente muita coisa para se viver. Nós já faremos metade do caminho fazendo um trabalho decente na metade do tempo. Acho que continuar sendo uma “banda cristã” possa significar uma besteira, mas vamos continuar tentando.
JFH: Que música você tem ouvido mais recentemente?
Tai: Eu tenho dado uma espécie de pausa musical desde o final da turnê Fall. Eu não comprei nenhum disco nas últimas semanas. Meu playlist atual está no meu iPod e consiste basicamente em Needtobreathe, Coldplay, The Killers, Brandon Heath e um pouco de Keith Urban que tenho encontrado através de minha esposa.
JFH: Como você se mantém espiritualmente focado na estrada? (E você tem algum conselho para os fãs se manterem espiritualmente focados durante as ocupações do dia-a-dia)?
Tai: Esta questão sempre pressupõe o que fazemos! Sabe, quando você diz "espiritualmente centrado", a questão é "sobre o quê?" Pelo que eu digo "Jesus". É fácil quando você está cercado por cristãos ser espiritualmente centrado na teologia, obras, ou mesmo buscando ser espiritualmente focado. Para mim, estar focado é reservar algum tempo de cada dia para refletirmos sobre Jesus. Sua vida, sobre o que Ele tem falado. Penso que isso é universal. Se você está dirigindo um caminhão, ensinando uma classe ou tocando uma guitarra ou baixo, você precisará passar algum tempo todos os dias para pensar na graça que Deus nos deu através de seu Filho Jesus.
JFH: O que Deus tem ensinado a você ultimamente?
Tai: Minha última resposta só foi descoberta hoje, e eu ainda estou tentando compreender.
JFH: O último comentário?
Tai: Obrigado pelo início da terapia 2009. Estamos animados para pegar a estrada do Revelation Tour e sinto que o mundo está apenas começando a ouvir a música do Revelation. Penso que um grande número de pessoas irá encontrar vários incentivos em “Revelation”, "Born Again" e "Take It All". Espero que possamos continuar a reunir as pessoas onde elas estão, mas tenho esperança e oro para que nós continuemos a tê-las em algum lugar e a nós mesmos a cada novo tempo.
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Fonte: Jesus Freak Hideout
Tradução livre
[jb]
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